O vídeo abaixo é uma aula resumida sobre um dos conceitos mais importantes da obra da física e historiadora da ciência Karen Michelle Barad. Karen Barad leciona Teoria Feminista, Filosofia e História da Consciência na University of California, Santa Cruz. Suas pesquisas geralmente giram em torno das Teorias Feministas, História, Filosofia da Física no século XX, Epistemologia e Ontologia. Desenvolveu em alguns artigos e em sua obra Meeting the Universe Halfway: Quantum Physics and the Entanglement of Matter and Meaning a noção de realismo agencial, que repensa a tradicional noção de agencia humana, descentralizando-a ao entender “agencia” enquanto reconfigurações dinâmicas que conformam o mundo.
Para compreender essa noção é fundamental ter em mente o conceito de “intra-ação”, que diferentemente de “inter-ação”, marca a inseparabilidade entre sujeito e objeto, ou entre observado e observador nas múltipas dinâmicas material-discursivas em curso. Diferente da teoria ator-rede, onde a produção de fenômenos se dá por associação entre humanos e não-humanos, no realismo agencial coisas, objetos e humanos não são sistemas que precedem a interação, mas emergem a partir da intra-atividade, ou seja, os fenômenos são as possibilidades constitutivas de humanos e não-humanos. Desse modo a agencia, nesse caso, não é um atributo que humanos ou não-humanos possuem, mas são as próprias transformações que ocorrem na dinâmica da intra-atividade.
Abaixo segue o vídeo de uma interessante e breve aula da geógrafa Stacey Kerr sobre o conceito de “intra-ação”.
Tree Minute Theory: What is Intra-Action?
Measurements are world-making:matter and meaning do not preexist, but rather are co-constituted via measurement intra-actions
– Karen Barad